Intolerância a Homofobia é tema da 10ª palestra da Conferência Estadual dos Advogados do Tocantins
O Brasil é o país campeão em assassinatos contra homossexuais. E quais as causas que motivam tal violência praticada? O coordenador de Grupos de Estudo na área de Direito Constitucional que trabalha na linha de pesquisa sobre “Dignidade da Pessoa Humana”, Romualdo Flávio Dropa, levantou em sua palestra na II Conferência Estadual dos Advogados do Tocantins, as mais diversas formas situações que configuram quadro de violência como: chacotas, agressões verbais e físicas, omissão da lei entre outras. Buscam no decorrer da nossa história explicar a rejeição à homossexualidade. No caso do Brasil, por exemplo, os homens brancos, donos do poder, precisavam exercer um machismo ainda mais violento, devido a grande maioria de negros e índios que mantinham sob seu domínio. Portanto, o machismo latino americano fruto da escravidão, tornou-se mais violento que em outras partes do mundo, explica Dropa. A evolução da violência é preocupante, e a não notificação dos casos indica que esse índice pode ser muito maior alerta Dropa. Nem sempre as vítimas denunciam os crimes dos quais são vítimas, muitas vezes pelo fato de o autor ser pessoa conhecida. “Grande parte das vítimas tem algum tipo de relação ou vínculo com o agressor. E esse agressor tem por sua vez o sentimento de impunidade, mesmo sabendo que está cometendo um crime”, conta. O palestrante alertou para outro problema: a dificuldade que as vítimas enfrentam para denunciar os crimes, já que podem ser vítimas de discriminação também nas delegacias, em função do despreparo da polícia para tratar com o tema. DadosNão existem dados oficiais a respeito, mas o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais contabiliza 198 homicídios com motivações homofóbicas em 2009. Em 2010, esse número já chegaria a 205. Segundo o antropólogo Luiz Mott (Universidade Federal da Bahia/UFBA), até 15 de dezembro, o número atingia a marca de 235 mortes, o que colocaria o Brasil na primeira posição entre os países que realizam algum tipo de levantamento. (com informações da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)