Vera Nilva: O machismo está arraigado em nossa cultura

Encerrando a programação da II Jornada Jurídica da Mulher Tocantinense a Procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Tocantins, Vera Nilva Álvares Rocha Lira, traçou um panorama geral sobre a situação da mulher desde a época do Brasil Colônia. “A cultura europeia, que nos colonizou em grande parte, é extremamente machista, e nós herdamos de nossos antepassados europeus a cultura da desvalorização da mulher.” Citou Vera Nilva. A Procuradora-geral de Justiça deu exemplos de como esta cultura do machismo se reflete também no próprio Direito. “Nosso país é tão arraigado de cultura machista que o assassinato de mulheres também é chamado de homicídio, um prefixo que define os homens. Somente agora há um projeto de lei tramitando que pretende tipificar o feminicídio, que seria o assassinato da mulher.” Exemplificou. Vera Nilva apresentou ainda às participantes da Jornada os números da violência contra a mulher. De acordo com os dados apresentados pela Procuradora-geral de Justiça, o Brasil é o 7º país com a maior taxa de assassinatos de mulheres no mundo. São 4,4 homicídios por ano para cada grupo de 100 mil mulheres. O Tocantins aparece como o 11º estado brasileiro na lista de assassinatos de mulheres, com a taxa de 5,1 homicídios por ano para cada grupo de 100 mil mulheres. Apesar destes dados a capital do estado, Palmas, aparece como a menos violenta em termos de crime contra a mulher. Em 2012 foi registrada a taxa de 1,7 homicídio para cada grupo de 100 mil mulheres na capital. CRIMES CONTRA A MULHER (2012) TOCANTINS PALMAS ASSASSINATOS: 75 ocorrências 18 ocorrências TENTATIVA DE ASSASSINATO: 90 ocorrências 8 ocorrências AMEAÇA: 3671 ocorrências 1061 ocorrências LESÃO CORPORAL DOLOSA: 1960 ocorrências 469 ocorrências OUTRAS LESÕES: 110 ocorrências 12 ocorrências