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Em Gurupi, advogadas debatem empreendedorismo e violência contra a mulher

Gurupi (Heliana Oliveira) - Na noite desta quarta-feira, 9 de março, a OAB-TO, através Comissão de Proteção e Defesa da Mulher e da ESA (Escola Superior de Advocacia), e em parceria Comissão de Proteção e Defesa da Mulher da subseção de Gurupi, realizou um ciclo de palestras dentro do Mês das Mulheres, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher comemorado no último dia 8. O evento ocorreu na sede da subseção de Gurupi. A primeira palestra foi ministrada pela advogada Cândida Nóbrega que falou sobre a “Advogada Empreendedora”. Segundo ela, o empreendedorismo nasce de diversas situações e a advogada empreendedora precisa ter coragem, autoconfiança, proatividade, paixão, senso de oportunidade e habilidade de relacionamento. Sobre esse último, Cândida destacou que a mulher sai à frente, pois se relaciona melhor com as pessoas e isso facilita a conquista de clientes. Outro ponto importante elencado por ela foi a motivação. Segundo ela, se não houver motivação a profissional dará um passo ao fracasso. “A motivação tem que ser maior que os contratempos que surgem”, ressaltou. A advogada deu algumas dicas para empreender como: desenvolver um plano de negócio, fazer um estudo de mercado, verificar suas próprias habilidades, trabalhar bem as técnicas de marketing. Cândida enfatizou que no processo de empreender é necessário a advogada estabelecer metas, desenvolver o espírito de liderança, persistir e delegar tarefas. Para ela, alguns erros devem ser evitados, como não sair da zona do conforto, não arriscar, e desistir após o primeiro erro. Violência A segunda palestra abordou o tema “Violência Doméstica e Feminicídio”, com Ilka Teodoro. Ela salientou que a violência é uma questão sociológica e jurídica. Afirmou que conforme estudos, a cada 15 segundos uma mulher é agredida. Há estudos que retratam que a casa/lar é o local em que a mulher está menos segura, pois 56% das mulheres que vivem uma relação afetiva sofrem ou já sofreram algum tipo de violência dentro de suas casas e, o dia da semana que isso mais ocorre é aos domingos, entre as 18h e 21h. A faixa etária dos agressores varia entre 12 a 60 anos ou mais, mas, os homens mais agressores têm entre 25 e 30 anos. Ilka ressaltou que a violência inicia com brigas, ciúmes, intimidações, xingamentos e vai evoluindo até chegar à agressão física, e por fim, ao feminicídio. “O feminicidio é o último capítulo da violência e quando ele acontece a mulher já vinha sofrendo há muito tempo variados tipos de violência”, afirma. Para a ativista a mulher mesmo depois de morta não tem paz, pois carrega a culpa de ter sido assassinada. “Os julgamentos não são sobre os assassinos, mas sobre as assassinadas. Questionam se a mulher não provocou o homem para que ele cometesse o crime, com situações de traição, com provocação de ciúmes por usar determinado tipo de roupa”, exemplifica. O sistema patriarcal, segundo Ilka, é o grande colaborador da violência. “Esse sistema coloca a mulher numa condição de submissa, de cidadã de segunda categoria. Acredito que desconstruindo esse patriarcado alcançamos a igualdade”, ressaltou. Ilka comenta que apesar da mulher já ter alcançado um patamar de empoderamento, ainda tem um caminho longo para percorrer. “Infelizmente hoje no Brasil temos apenas 10% de mulheres ocupando os espaços na política. A mulher ainda é vítima de violência de formas variadas e só conseguiremos avançar com uma mudança de cultura e o empoderamento delas para que a igualdade seja uma realidade material”, explanou. Ilka destacou que a Organização Mundial das Nações Unidas tem a previsão de que até em 2030 as mulheres tenham ocupado 50% dos órgãos de representação. “Sou bastante otimista e acredito que temos como acelerar o processo e conquistar paridade em representação, e assim, teremos uma sociedade mais justa, mais humana”, finalizou.

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