Artigo do JTO deste domingo, 28: OAB e seu papel diante da sociedade
Por Paula Beatriz A visita do presidente nacional da OAB ao Tocantins, Ophir Cavalcante, na ocasião da posse da nova diretoria da Seccional do Tocantins, trouxe-nos profundas reflexões. Não me refiro apenas aos advogados, mas à sociedade como um todo. Em discurso bastante aplaudido, disse o presidente que a instituição continuará atenta aos desmandos, às ameaças à ordem institucional, combatendo sem trégua a corrupção. É o que a sociedade toda espera, no momento em que assiste aliviada ao começo da punição daqueles que usufruem do dinheiro público, como aconteceu no Distrito Federal. Não podemos mais continuar inertes diante de fatos como esse, acreditando que não tem jeito, que sempre foi assim e assim será. Ladrões declarados do povo brasileiro, como os que vimos nas imagens irrefutáveis das gravações veiculadas na TV e na imprensa em geral, não podem ficar impunes. Felizmente a justiça começa a se fazer presente. Trata-se de um precedente muito importante para toda população brasileira. Finalmente alguma coisa real aconteceu e a influência ou o poder político não puderam livrar da punição aqueles que a mereciam. Grande parte desses acontecimentos se deu por pressão por parte da Ordem, que deu a cara a tapa e se manteve firme na busca pela justiça. Para nós, os advogados, principalmente os mais jovens, é profundamente inspiradora essa atitude. Muito nos orgulha pertencer a uma instituição que pelo menos vem buscando cumprir com o seu papel dentro da sociedade, e que nunca se calou nos momentos em que a cidadania corria risco, como agora. Nós podemos fazer a diferença. Nós podemos mudar isso. Não podemos nos limitar a participar dos eventos sociais que a instituição promove, nem nos limitar na busca pela defesa das nossas prerrogativas. Antes de tudo somos cidadãos, mas como advogados temos o dever de buscar a justiça e lá na frente, como disse o Senhor Presidente, podermos dizer que fizemos a diferença. Alguns podem até achar que essa é uma visão “romântica” da realidade, e que não tem solução. Mas será que nós que acreditamos nos valores e princípios basilares da sociedade, como honestidade, ética, compromisso social, estamos errados? Será que devemos continuar anestesiados, e não mais nos surpreender com ato de corrupção? Como o velho ditado diz: “toda longa caminhada começa com o primeiro passo”, e se cada um de nós fizermos a nossa parte, teremos muitos canalhas a menos. Que a OAB siga sempre no mesmo sentido, cumprindo sua função social, contribuindo assim com toda população brasileira e se tornando cada vez mais um exemplo a ser seguido. Paula Beatriz Teixeira de Souza Campos é advogada inscrita na OAB/TO, pós-graduada em Direito Tributário pela Unisul/LFG, e assessora jurídica da PGE/TO.Email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Ín