Com foco na representatividade feminina na advocacia e espaços de poder, OABTO realiza a segunda edição do OAB Talk

A segunda edição do OAB Talk, evento que tem se consolidado como um espaço de diálogo e reflexão sobre temas relevantes para a advocacia e a sociedade, aconteceu nesta sexta-feira, 13, na sede da OAB Tocantins. Com o auditório lotado, a programação foi marcada por exposições de alto nível, com a participação de mulheres que são referência em suas áreas de atuação.
Com o tema voltado ao protagonismo feminino nos espaços de poder, o evento contou com a presença de dirigentes que representam importantes comissões da OABTO, como a Dra. Débora Mesquita, presidente da Comissão da Mulher Advogada, Dra. Nathalia Cordeiro, presidente da Comissão da Advocacia Jovem, e Dra. Isabela Santana, presidente da Comissão da Advocacia na Universidade
O debate foi enriquecido pela participação de convidadas de destaque no cenário político, jurídico e acadêmico, como a Senadora Professora Dorinha Seabra, Dra. Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem, reitora eleita da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Dra. Larissa Rosenda, vice-presidente da OABTO, Dra. Gizella Bezerra, presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ/TO, e Dra. Elaine Noleto, presidente da Comissão Nacional de Prerrogativas da ABMCJ.
O debate teve a mediação da Dra. Fernanda Halum, que conduziu o painel com dinamismo e sensibilidade, promovendo uma conversa fluida e engajadora entre as participantes e o público presente.
O evento
Durante o evento, foram discutidos temas como a inserção e permanência das mulheres em posições de liderança, os desafios enfrentados na carreira jurídica, e a importância das redes de apoio e das políticas institucionais de igualdade de gênero. As painelistas compartilharam experiências, conquistas e estratégias para promover uma advocacia mais plural, inclusiva e representativa.
A Professora Dorinha destacou em sua fala a carência de mulheres em locais sempre ocupados por figuras femininas. “Essa luta precisa da força e do brilho de cada uma de vocês. Que nenhuma de nós permita ser diminuída em sua essência, em sua capacidade e em sua dignidade como mulher. Ninguém precisa te fazer favor, precisa te respeitar e dar oportunidade para que você mostre sua capacidade. Quando a gente chega, não sai mais, chega por competência!, pontuou a senadora.
A vice-presidente da OABTO, Dra. Larissa Rosenda, enumerou as dificuldades das mulheres em alcançar a liderança política. Da “Na última eleição não tivemos nenhuma mulher eleita no Tocantins. Estamos sem representação na Câmara Federal. De 24 deputados estaduais temos apenas três mulheres. Estamos carentes de figuras femininas em espaços de poder. Não queremos apenas cotas, mas paridade nesses lugares” destacou a vice-presidente da OABTO.
Recém-eleita a primeira reitora negra da Universidade Federal do Tocantins, a professora doutora Maria Santana Ferreira dos Santos Milhomem lembrou a trajetória de sua carreira até a conquista na última eleição da UFT. “É preciso ter políticas públicas para que nós, mulheres, possamos dialogar cara a cara como qualquer outro ser. Seja homem, ou mulher, ou LGBTQIA+, nós temos que ter esse lugar de fala. Nós não estamos sozinhas!, incentivou a reitora eleita da UFT.
A presidente da Comissão Nacional de Prerrogativas da AMBCJ, Dra. Elaine Noleto, abordou em sua fala sobre a uma das versões do relatório do Código Eleitoral, que institui a reserva de 20% das cadeiras nos legislativos para candidaturas femininas. “Nós não precisamos desse projeto, mas de nos mobilizarmos para ajudar senadoras, que são poucas. Só para se ter uma ideia, há poucos anos não tinha nem banheiro feminino no Senado Federal”, pontuou Elaine Noleto.
A Dra. Gizella Bezerra, presidente da ABMCJ/TO, afirmou que, segundo o TRE-TO, só no Tocantins existem 28 processos por fraude em cotas de gênero e até hoje não houve julgamentos das matérias. “Nós precisamos de tempo para amadurecer os processos legislativos e a efetividade das leis. É só a gente pensar que apenas em 2023 foi julgado inconstitucional a tese da legítima defesa da honra, porque as ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia estavam no Supremo Tribunal Federal”, lembrou a presidente da ABMCJ/TO.
Importância do tema debatido
De acordo com a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Dra. Débora Mesquita, a segunda edição do OAB Talk foi um marco na nossa caminhada por mais representatividade feminina nos espaços de decisão. “Discutimos, com profundidade e sensibilidade, a importância das cotas de gênero e da presença ativa das mulheres. Este evento reafirma o compromisso da Comissão da Mulher Advogada da OAB Tocantins em promover diálogos abertos, plurais e transformadores”, comemorou a presidente da CMA.
Para a Dra. Fernanda Halum, “debatemos sobre democracia, equidade, cotas femininas no novo código eleitoral, de forma aberta e multidisciplinar. A porcentagem de ocupação de mulheres nos cargos de poder e eletivos ainda é muito pequena, precisamos avançar muito e fazer a nossa voz ecoar”.
Lançamento da Pós-Graduação
Durante o OAB Talk, foi oficialmente lançada a abertura das inscrições para a Pós-graduação em Direito das Mulheres, uma iniciativa da Escola Superior da Advocacia (ESA/TO). Com mensalidades a R$ 90 para jovem advocacia e R$ 180 para advocacia sênior, o curso tem por objetivo formar especialistas para um futuro mais igualitário. Inscreva-se aqui: https://forms.gle/fD9LPdUe96BpTRzv6 Para mais informações entre em contato pelos telefones (61) 99269-4452 e (61) 99277-2419.
Realização
A segunda edição do OAB Talk é uma realização da Comissão da Mulher Advogada, Caixa de Assistência do Advogado e Escola Superior da Advocacia, com o apoio da Universidade Federal do Tocantins, e das Comissão da Advocacia Jovem e da Comissão da Advocacia na Universidade.